Anda corrompido
o cheiro,
por aí
alterado.

Anda maltratado o toque
e o beijo
após beijado,
cuspido!

1.4.11



Navio que Partes

Navio que partes para longe,

Por que é que, ao contrário dos outros,

Não fico, depois de desapareceres, com saudades de ti?

Porque quando te não vejo, deixaste de existir.

E se se tem saudades do que não existe,

Sinto-a em relação a cousa nenhuma;

Não é do navio, é de nós, que sentimos saudade.

Alberto Caeiro 

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