Sou alta e bem constituída. A minha genética é favorável à massa muscular apesar de ter massa adiposa que já está assinalada para eliminar.
O namorado da minha amiga, gosta de dizer que pareço um segurança na
night, que intimido e mando respeito.
E às vezes, sinto que pareço mesmo um segurança por causa do tamanho da carranca que meto.
Geralmente, não tenho de gastar o meu francês a dar cortes, porque raramente alguém se mete comigo.
No entanto, as minhas colegas (sexo feminino, atenção) parecem sentir-se bastante à vontade comigo, pela quantidade de apalpões que levo. Só ontem no jantar de profs levei três.
Bastava que me levantasse da cadeira ou andasse à frente de alguma para já estar a levar com os cinco dedos.
E tem uma ou outra que me desconfio nem saberem o meu nome pois nunca o chamaram. Dirigem-se a mim como "ó boa!". (Não estou mal, mas não sou aquilo tudo, pá).No jantar passado, uma destas que me chama assim, apanhou-me sentada com um pouco dos oblíquos de fora. Agarrou-se-me à banha e perguntou autoritariamente: o que é isto, pá, heim?
Parecia que eu estava a carregar alguma substância ilícita.
Ontem, reencontrei uma colega de liceu que
já não estava sozinha (ou seja, estava alcoolicamente muitíssimo bem disposta) e que quando me viu fartou-se de me elogiar, em alto e bom som. Tanta gente à volta e eu, com o meu jeito, tentei desvalorizar um pouco todos aqueles elogios, agradecendo com um: "ah pois, sou a luz dos olhos da vovó! Linda como o sol de botas de cano."
Ia apanhando: "Tu não me agradeças. Vai para a porra, que tu sabes. Blá blá blá... não me agradeças, não me venhas com conversas, vai mas é à merda, blá blá blá... Estás linda! E continuas igual, divertida, porque és daquelas pessoas que faço questão em cumprimentar, porque não tens merdas, és uma maluca, és linda... blá, blá, blá... vai para o caral...és linda."
Bem, foi nisso mais de vinte minutos.
Quando ela começou, eu estava com as minhas amigas do jantar, no
Angel's little corner, mas dei por mim sozinha, a ouvir o monólogo da minha colega (tentei falar mas não tive hipótese), e sem poder agradecer, com o risco de, se o fizesse, ir parar às urgências para levar pontos no sobrolho.
O bom disto tudo é que me lembrava perfeitamente dela e do seu nome.
Há muita gente que estudou comigo no liceu e que nem me lembro das suas caras sequer, quanto mais dos nomes.
Moral da história: O alcoól embeleza as pessoas aos olhos de quem as vê, sem dúvida nenhuma! E quanto mais bebem, mais lindas ficam.
Nota: Começo a pensar que sou o homem que todas as mulheres queriam ter.