Das imensas capacidades do ser humano, a de superação é de facto muito vantajosa.
Há uns tempos atrás, à conversa com uma amiga, ela fala-me no quão rápido esquece os amores vividos, em especial se lhe aparecesse pelo caminho alguém que lhe despertasse interesse.
Não sofria mais por quem amou com todas as forças, nem tão pouco pensava neles com uma ponta de... saudade, ou seja lá o que for.
Acho que ela nem se estava a dar conta da excelente capacidade que tem. Ao revelar esta característica, fê-lo em jeito de auto-crítica pois sentia ser uma contradição com o seu lado de moça romântica e com visões do amor quase cinematográficas.
Mas então... não é um trunfo para uma estabilidade mental e emocional superar um amor para toda a vida que afinal foi bem limitado no tempo?
Seria agradável morrer de amores na juventude, ou em outra qualquer fase da vida, não ser correspondido e acartar, durante o restante tempo, este fardo de se gostar sem ser gostado?
Acredito que nem toda a gente tenha uma capacidade tão rápida de superação. Acredito que haja quem fique, durante largos anos, com o nó na garganta. Acredito também quem nunca consiga superar...
É, deveras uma pena!
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