Anda corrompido
o cheiro,
por aí
alterado.

Anda maltratado o toque
e o beijo
após beijado,
cuspido!

10.8.10

amor

É mais que comum as pessoas apaixonadas, as que amam reciprocamente pelo menos, falarem dos seus sentimentos como um grande amor.
E isto levou-me a pensar: não existem amores de tamanho normal, amores pequenitos? Amores mal-dispostos, embirrentos, magros, patolas, obesos? Amores cabeludos, mal-cheirosos, pegajentos? Amores pega-monstro, amores tatuagem?
Amor cheio de esterco e amor lavadinho?

Com tantos adjectivos, opta-se pelo Grande.

Ninguém diz ter um bom amor. Parece demasiado técnico, como se estívessemos a falar de um carro. No entanto, bom amor transmite segurança, não?

E como se mede um grande amor?
Resposta uníssona dos apaixonados: com o coração! 

O amor torna as pessoas previsíveis nos adjectivos?
Se calhar.
Acho que, sobretudo, fá-los sentir que não há amor tão forte como aquele que sentem.
Pode parecer pretencioso e, se calhar até é, mas a dimensão do amor importa mesmo e somente, a quem o sente.
É quase como uma mãe que acha o seu filho o mais lindo do mundo.
E o resto são conversas.

2 comentários:

tomaz disse...

o meu filho é o mais lindo do mundo...

é um bom amor.

Neni disse...

E como é que se quantifica isso? grande como? De 1 a 10, quantifique o seu amor. Bom, verdade seja dita, que nestas coisas do amor, esta parte da teoria e das palavras não serve para nada.

(Eu gosto de dizer que o amor dele é lindo, só porque sei que há de facto amores bem mais bonitos que outros.)